quinta-feira, 25 de junho de 2020

Direitos de transmissão - NBA

A alta popularidade do basquete faz com que a NBA, principal liga de basquete do mundo, atraia cada vez mais a atenção de fãs ao redor do mundo. Além de organizar esportivamente, a NBA organiza alguns assuntos financeiros relacionados a todas as equipes (as quais são empresas com fins lucrativos). 

domingo, 21 de junho de 2020

50 ANOS DO TRICAMPEONATO - Não foi uma Vaga Lembrança

Hoje faz 50 anos do tri campeonato brasileiro no México. Quem já estava pela vida e tinha mais de cinco anos deve se lembrar onde estava e o que aconteceu naquele 21/06/1970, que também era um domingo lindo de sol. 

Eu tinha oito anos, meu irmão Afonso 12. O normal, para a maioria dos brasileiros, era não ter TV. Não éramos diferentes. Ter televisão, talvez, quem sabe, quando muito, só num vizinho ou parente e olhe lá.  Então, meu irmão me levou para ver o jogo na casa da tia Laura, no distante bairro Cordeiros na saudosa Itajaí.  Assistimos juntos: eu, ele e o primo Velci. Pelo que me lembro, não tinha mais ninguém na casa da tia. Ventava um pouco no início do jogo.  A imagem da TV era ruim e por duas ou três vezes caiu a energia na casa. 

Pouco do jogo conseguimos assistir. Sem rádio a pilha, sem vizinhos próximos, a ansiedade e a tristeza aumentavam por não poder acompanhar aquele jogo dos sonhos. A energia voltou, mas a imagem da TV ficou na lembrança. Conseguimos ouvir a parte final pelo rádio. 

Quando acabou, voltamos de ônibus para o bairro da Vila, onde morávamos fazia séculos. Pegamos um ônibus e paramos no centro da cidade, onde era o ponto final do coletivo Itajaí. Sem dinheiro para pegar o próximo ônibus até em casa, viemos andando, uma distância insignificante hoje em dia, mas naquela época, uma grande travessia. A comemoração do tricampeonato pelo centro da cidade era imensa e parecia que nunca iria acabar. Todos estavam lá e eu não queria voltar. Nunca tinha visto nada igual. Muita gente cantando e gritando Brasil Campeão!! Brasil!! Brasil Tricampeão!! Numa felicidade contagiante que aos olhos de uma criança parecem eternas. 

Meu irmão me segurava firme pelas mãos para não me perder no meio daquela alegria confusa. Num desses momentos que você nunca esquece, ele achou, ganhou, encontrou (sei lá) e me deu uma bandeirinha do Brasil com mastro de bambu. A minha felicidade já era imensa e parecia transbordar quando eu sacudia com o maior entusiasmo do mundo aquela pequena bandeirinha de papel do Brasil. Este foi um dos poucos momentos da vida que nunca esqueci. Também nunca falei para ele!



sexta-feira, 19 de junho de 2020

MP 984: uma perspectiva jurídica


A edição da Medida Provisória (MP) nº 984 no último dia 18 acendeu um vigoroso debate no meio futebolístico a respeito do melhor modelo de negociação dos direitos de transmissão pelos clubes de futebol. Para além dos impactos econômicos e, por tabela, desportivos dessa MP, é preciso considerar alguns aspectos jurídicos.

Em resumo, a MP nº 984 alterou o art. 42 da Lei Pelé para dispor que o direito de transmissão do espetáculo desportivo cabe unicamente ao clube que detém o mando de campo. Ou seja, um veículo de comunicação poderá transmitir uma partida de futebol apenas com a autorização do clube mandante. Até então era necessária a autorização de ambos clubes de futebol envolvidos no espetáculo.

Um primeiro ponto que chama a atenção é a circunstância de essa matéria ter sido disposta por meio de uma MP. Isso porque, esse é um instrumento normativo com força de lei que deve ser utilizado pelo Presidente da República apenas “em caso de relevância e urgência”, nos termos da Constituição Federal. Por ser uma exceção momentânea à tripartição dos poderes – segundo a qual cabe ao Poder Legislativo editar as normas –, sua utilização deve se limitar às situações relevantes e urgentes que não possam aguardar o usualmente longo processo legislativo. Não parece ser esse o caso da MP em discussão, o que de início já prejudicaria sua constitucionalidade.

De qualquer modo, a MP perderá a eficácia caso não seja convertida em Lei pelo Congresso Nacional no prazo de 60 dias, prorrogável por igual período. Nessa situação, o Congresso Nacional deverá disciplinar por decreto legislativo as relações jurídicas dela decorrentes, quais sejam, as consequências de eventuais transmissões e contratos ocorridos com base na MP.

Outro ponto que chama a atenção diz respeito a uma questão já levantada pelo Grupo Globo – principal detentor dos direitos de transmissão no futebol brasileiro – relativa ao fato de que os contratos de direito de transmissão celebrados até então o foram com base na norma anterior, ou seja, contemplaram tanto a situação de mandante quanto de visitante. Nesse sentido, independente do que dispõe a MP, até o fim da vigência dos contratos já celebrados, o Grupo Globo deteria o direito de transmissão inclusive dos espetáculos em que os clubes contratantes com ele fossem visitantes. Ou seja, a nova dinâmica estabelecida pela MP somente se aplicaria aos contratos celebrados após a sua edição.

Não é possível adiantar qual a interpretação que o judiciário dará a esse entendimento, ou, então, se o Congresso Nacional alterará a redação da MP para deixar claro qual a solução a ser dada a essa situação específica. É possível, no entanto, afirmar que levantará questionamentos sob distintos ângulos.

Conforme se vê, a situação posta pela MP está longe de ser definitiva sob a perspectiva jurídica. Melhor teria sido endereçar a questão através de um regular Projeto-de-Lei, o qual possibilitaria uma ampla discussão com os interessados e, certamente, uma solução mais estável. De qualquer modo, a discussão de mérito ocasionada por ela é relevante, devendo de algum modo ser tratada pela sociedade.


domingo, 14 de junho de 2020

Demonstração do Resultado do Exercício

Série: Conhecendo as Demonstrações Contábeis
Capítulo 2 

Esta é a segunda postagem a respeito das demonstrações contábeis divulgadas por clubes de futebol. 

Para acompanhar a primeira postagem a respeito do Balanço Patrimonial clique aqui.

Nesta postagem explicaremos alguns aspectos da demonstração do resultado do exercício.

Este demonstrativo apresenta as receitas e despesas de uma entidade num intervalo de tempo. Geralmente este intervalo compreende o período de um ano. A maioria dos clubes de futebol, objeto de análise deste blog, divulgam apenas demonstrações anuais de acordo com a exigência imposta pela Lei Pelé (Lei 9615/98). Há exemplos, entretanto, de clubes que divulgam suas demonstrações mensalmente (Bahia) e trimestralmente (Flamengo e Grêmio), além das demonstrações anuais. 

A estrutura da demonstração é simples. Primeiramente, são elencadas as receitas auferidas e despesas incorridas pelos clubes no período. A última linha desta demonstração apresenta o lucro da entidade, o qual é resultado de todas as receitas auferidas subtraídas de todas as despesas incorridas no período. 
Quando Receitas > Despesas: a organização apresenta lucro.
Quando Receitas < Despesas: a organização apresenta prejuízo.
No caso de clubes de futebol brasileiros, como a maioria destes é estruturado como associações sem fins lucrativos, há uma adaptação das nomenclaturas. O lucro é chamado de superávit e o prejuízo de déficit. 

Um aspecto importante desta demonstração é que nem sempre as receitas já foram recebidas pelos clubes bem como as despesas pagas no período. Na contabilidade dizemos que esta demonstração é elaborada pelo regime de competência. A demonstração que evidencia as entradas e saídas de recursos pelo regime de caixa é a demonstração dos fluxos de caixa. Portanto, não assuma uma receita de R$ 500 milhões no período como realmente recebida pelo clube. Ainda, não perceba uma despesa de R$ 600 milhões como paga.

Apresentamos a demonstração do Grêmio no ano de 2019 para destrinchar alguns conceitos e fazer análises preliminares. 

Fonte: Demonstrações de 2019 do Grêmio

É possível apresentar a demonstração do resultado do exercício de maneira sintética ou analítica. O Grêmio a apresentou de maneira sintética, ou seja, não detalhou as receitas e custos que ocorreram ao longo dos anos de 2019 e 2018 na própria demonstração. Estes detalhes foram apresentados nas notas explicativas que acompanham as demonstrações do clube. Na nota número 21, por exemplo, o clube apresentou de maneira analítica as receitas relacionadas com sua principal atividade. 


Fonte: Demonstrações de 2019 do Grêmio

Percebe-se que no ano de 2019 as receitas com transmissão (direitos de transmissão pagos pelas emissoras de TV para transmitir os jogos) e venda/empréstimos de jogadores foram as mais relevantes.  O clube detalha com mais profundidade as receitas de transmissão, destrinchando-a por campeonato.

Fonte: Demonstrações de 2019 do Grêmio

A respeito das receitas com venda de jogadores, no início do ano de 2019 o clube vendeu os atletas Tetê para o Shaktar Donetsk (Ucrânia) e Luan para o Corinthians, sendo importante para atingir este nível de receitas. Ela foi menor que em 2018, em função da relevante venda do meio campista Arthur para o Barcelona (Espanha) na metade daquele ano. O clube detalha com transparência as receitas auferidas nestas transações.
Apontamos que até mesmo receitas auferidas por meio do mecanismo de solidariedade foram importantes para o clube. Neste mecanismo, jogadores que atuaram no clube entre os 12 e 23 anos geram um % sobre futuras vendas internacionais destes atletas. A venda do atleta Douglas Costa do Bayern de Munique (Alemanha) para a Juventus (Itália) ainda rende frutos para o clube. Portanto, perceba a importância das categorias de base formar jogadores de qualidade. Este atleta foi vendido em 2010 pelo Grêmio para o Shaktar Donetsk (Ucrânia) e no ano de 2019 ainda rende frutos para o clube. Note ainda que a soma dos valores auferidos pelo mecanismo de solidariedade superaram o valor de R$ 4 milhões no ano de 2019.

Fonte: Demonstrações de 2019 do Grêmio

Agora, analisaremos as despesas incorridas pelo Grêmio no ano de 2019. Os custos da atividade do desporto apresentam como valor mais relevante o salário pago aos atletas. A amortização de direitos sobre atletas profissionais também é outro valor importante na composição dos custos, mas merece uma postagem específica para explicarmos como funciona. De maneira resumida, apresentamos que os valores incorridos para a compra de um atleta são reconhecidos ao longo do tempo do contrato.

Fonte: Demonstrações de 2019 do Grêmio

Após o desconto de todas as despesas, apresenta-se o superávit do clube. Em ambos os anos (2019 e 2018) o clube apresentou receitas maiores que despesas. Destaca-se que em 2017 e em 2016 o clube também apresentou resultados superavitários. Tal cenário (4 anos consecutivos de receitas superiores as despesas) é extremamente raro no cenário brasileiro. 

Para finalizar esta postagem faz-se necessário apontar um ponto importante quando da análise desta demonstração para clubes brasileiros. Caso você queira fazer projeções para anos futuros, leve em consideração que algumas receitas e despesas são mais previsíveis do que outras. O resultado esportivo do Grêmio nos últimos anos foi de bom nível. Portanto, ao fazer projeções seja cauteloso com receitas de transferências de atletas e premiações por avançar até as fases finais de competições nacionais e internacionais, já que caso o clube não atinja este nível estas receitas vão reduzir de maneira significativa. As receitas com maior parcela fixa, como direitos de televisão do campeonato brasileiro podem ser estimadas com maior nível de certeza. Como exemplo, clubes europeus divulgam o resultado líquido (receitas - despesas) com transferências de atletas de maneira destacada dos outros resultados em função da compra e venda de atletas não ser a principal atividade de um clube de futebol. Assim, considera-se estas receitas e despesas como não recorrentes. 

Estes são alguns pontos básicos da demonstração do resultado. Como você avalia a demonstração de resultado do seu clube do coração? Ele apresentou superávits (lucros) ou déficits (prejuízos) nos últimos anos? Compartilhe conosco nos comentários. 👍

Na próxima semana, apresentaremos a Demonstração dos Fluxos de Caixa tendo o Goiás como objeto de análise.

Obrigado!

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Balanço Patrimonial

Série: Conhecendo as Demonstrações Contábeis 
Capítulo 1 

Você sabe quais demonstrações contábeis seu clube do coração divulga e o que elas significam?

Pensando em fornecer informações que podem ser úteis para você conhecer mais sobre as finanças do seu clube do coração, começaremos uma série de postagens a respeito das principais demonstrações contábeis aqui no blog. Traremos os principais conceitos de cada publicação e seus objetivos, sempre tendo dados reais divulgados por clubes de futebol brasileiros para elaborarmos algumas análises. 

Hoje apresentamos o Balanço Patrimonial, uma importante demonstração contábil publicada pelos clubes de futebol, que apresenta os bens, direitos e obrigações de uma entidade em determindada data.

Os grupos de contas existentes nesta demonstração são: 

Ativo                     Passivo
                             Patrimônio Líquido

Uma equação muito conhecida na área contábil com estes elementos é: 

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido.

No Ativo são relacionados os bens e direitos controlados pela entidade. 

O Passivo evidencia as obrigações da entidade. 

Finalmente, o Patrimônio Líquido apresenta o saldo remanescente dos ativos após dedução dos passivos.

Na figura abaixo, apresentamos o Balanço Patrimonial publicado pelo Bahia no ano de 2019 para analisá-lo e fazer breves comentários. Cabe destacar que o Bahia é um dos únicos grandes clubes que publica mensalmente algumas de suas demonstrações.

Fonte: Balanço patrimonial publicado em conjunto com as demonstrações do ano de 2019 do Esporte Clube Bahia, p.6.

As contas do Ativo e Passivo são classificadas, de acordo com o prazo de realização, em Circulante e Não Circulante

No Circulante, os bens, direitos e obrigações que serão realizados em até doze meses. Já no Não Circulante, os elementos que serão realizados em prazo superior a doze meses.

Apontamos como contas representativas do Ativo Circulante:
  1. Caixa e equivalentes de caixa, onde são evidenciados a quantia em dinheiro e aplicações em investimentos de alta liquidez que o clube possui.
  2. Contas a receber, onde são evidenciados os valores a receber das diversas fontes de receita que o clube possui. Valores relacionados a venda de atletas que ainda não foram pagas, cotas de televisão, valores relacionados a patrocínio.
Destaca-se que dos aproximadamente R$ 30 milhões que o Bahia tem a receber metade refere-se a venda de jogadores ainda não recebidas. Parte da venda dos jogadores Junior Brumado para o Midtjylland (Dinamarca), Zé Rafael para o Palmeiras, Becão para Udinese (Itália) e Jean para o São Paulo ainda não haviam sido pagas pelos clubes mencionados. Assim, esses valores constam como direitos a receber no balanço do Bahia.

Apontamos para os habituados com análises de empresas comerciais que o estoque, conta representativa para estas, não tem a mesma relevância para o Bahia e a maioria dos clubes de futebol. 

No Ativo Não Circulante destacamos como contas representativas: 
  1. Imobilizado, onde são evidenciados bens como estádios, terrenos e centros de treinamentos que os clubes possam ter controle.
    • No caso do Bahia, aponta-se como valor mais relevante deste grupo os imóveis pertencentes ao clube, como o centro de treinamento Evaristo de Macedo, recém construído. As notas explicativas apenas fazem menção ao valor de imóveis, mas não evidencia maior detalhamento. Apontamos como sugestão para melhorar as demonstrações contábeis evidenciar de maneira mais detalhada, pois seria possível identificar quais imóveis pertencem ao clube. 
  2. Intangível, onde são registrados os direitos econômicos dos atletas. Destaca-se que não é registrado o valor que o jogador "vale' (seu valor de mercado), mas sim o quanto sua transferência custou para o clube no momento da transferência. Com o passar do contrato, esse valor vai sendo reduzido até chegar a zero quando o contrato é finalizado. Futuramente, teremos uma postagem a respeito deste assunto. Acompanhem!
    • No caso do Bahia, nota-se um equilíbrio entre os valores referentes a formação de jogadores de suas categorias de base e aqueles valores referentes a contratação de jogadores formados em outros clubes. Destaca-se que para clubes reconhecidos por suas contratações, este equilíbrio inexiste, onde os valores referentes a contratação de jogadores superaram em larga escala os valores referentes a formação de jogadores. 
Fonte: Nota explicativa 7 publicada em conjunto com as demonstrações do ano de 2019 do Esporte Clube Bahia, p.6.

Apontamos como contas representativas do Passivo Circulante:
  1. Fornecedores, valores que o Bahia deve para seus fornecedores. Em função da não existência de uma nota explicativa específica para esta conta não podemos informar sobre o que estes valores se relacionam. Destaca-se que em função da relevância do valor a presença de uma nota explicativa seria indicada. Supomos que valores devidos aquisição de atletas componham o saldo desta conta.
  2. Acordos a pagar, valores que o clube acordou pagamento em função de processos trabalhistas.
  3. Obrigações sociais, trabalhistas e fiscais, valores relacionados com obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias que o clube deve pagar nos próximos doze meses.
  4. Receita a apropriar, valores relacionados com receitas que o clube já recebeu de maneira antecipada. Apontamos que este valor não é uma obrigação por si, mas sim mais relacionado com um registro contábil (accrual). A explicação para tal registro é demasiadamente técnica para este espaço, onde queremos tratar com maior simplicidade dos assuntos. Mas, basicamente, o clube não terá que pagar esta "dívida" no futuro. Portanto, não compõem o endividamento, por exemplo.

No Passivo Não Circulante apontamos como contas representativas: 

  1. Parcelamentos, valores relacionados com o parcelamento obtido via PROFUT (Programa de Modernização e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) A maior parte do valor de parcelamento do Bahia relaciona-se com o PROFUT.
  2. Contingências, valores relacionados a perdas prováveis em processos trabalhistas, cíveis e fiscais que já são incorporados ao balanço. Destaca-se que estes valores ainda não são obrigações certas do clube, mas em função de alta probabilidade de perda de acordo com o departamento jurídico do clube já são registradas no Balanço. 

Apontamos como ponto a ser destacado das demonstrações do Bahia a baixa representatividade dos empréstimos e financiamentos dentre as obrigações do clube. No cenário nacional, podemos destacar que o clube é exceção.

A respeito do Patrimônio Líquido, destaca-se seu valor negativo, em função do valor do passivo superar o valor do ativo. Nestas situações diz-se que a entidade apresenta passivo a descoberto. Isto é, os passivos da entidade não estão "cobertos" pelos ativos que esta controla. Esta situação é comum para clubes de futebol brasileiros e representa cenário preocupante, apesar de nos anos de 2018 e 2019 o clube ter apresentado superavits.


Estas contas são geralmente as mais representativas para clubes de futebol, mas cabe ressaltar que alguns clubes podem apresentar cenários distintos. Você conhece algum clube que apresenta uma estrutura diferente ou tem alguma sugestão de análise que poderia ser feita?? 
Compartilhe conosco nos comentários. 👍

Na próxima semana, apresentaremos a Demonstração do Resultado do Exercício tendo o Grêmio como objeto de análise. 

Obrigado!

Série: Conhecendo as Demonstrações Contábeis

Você tem interesse pelas finanças do seu clube do coração, mas não conhece ou entende as informações por eles apresentadas? Você conhece e quer contribuir para a discussão? Você está no lugar certo! Vale também para você que quer saber do financeiro do seu rival.

Com esta série, a primeira do Futnanças, apresentaremos alguns dos conceitos básicos em Contabilidade e as Demonstrações Financeiras mais utilizadas para a análise.

À medida que os temas forem surgindo nas postagens, traremos pontos básicos de discussão nesta série. Todas as informações apresentadas têm como exemplo os resultados reais dos clubes.

Os dois primeiros capítulos já estão lançados e tratam dos dois principais demonstrativos utilizado para a análise, Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.

Capítulo 1 – Balanço Patrimonial
Capítulo 2 – Demonstração do Resultado do Exercício

Participe, comente!

terça-feira, 9 de junho de 2020

Apresentação dos Autores

Nesta postagem vamos nos apresentar e contar um pouquinho sobre como a nossa paixão pelo esporte surgiu, quais times torcemos, nossa formação acadêmica e atuação profissional.

José Alonso Borba
jalonsoborba@hotmail.com
Papa siri, torcedor do Internacional Marcílio Dias, também conhecido como Marinheiro, time centenário e aterrador campeão do estadual de 63, vice campeão sul-brasileiro, da copa Santa Catarina e da Recopa Sul-Brasileira. Foi ainda 8 vezes vice-campeão estadual em partidas disputadíssimas, dentre outros títulos e façanhas memoráveis. O destino impôs que eu abandonasse cedo os gramados para trabalhar e estudar contabilidade, inviabilizando minha entrada em campo para defender o Marinheiro com a famosa e rara camisa rubro-anil.  Nas horas vagas sou professor de Contabilidade e coordeno o NECC – Núcleo de Estudos em Contabilidade e Controladoria na UFSC. Nesses anos de universidade, eu aprendi a gostar de quase tudo na área de Contabilidade, tirando impostos e queijo. Sem errar, também tive a sorte de conhecer e o prazer de trabalhar apenas com pessoas talentosas. As vezes como orientador, outras como professor, sempre numa estrada de mão dupla. Aprender com graduandos, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos do NECC tem proporcionado, por meio de estudos, pesquisas, conversas, eventos e viagens, conhecimentos inimagináveis que tem gerado um balanço azul, contínuo, criativo, inovador e justo. As vezes, complexo e intangível. Mesmo assim, espero continuar aprendendo e ajudando esses talentos a desvendarem segredos ainda não revelados do ‘mundo da contabilidade’.

Monique Cristiane de Oliveira
monique_bona@hotmail.com
Manezinha da Ilha e torcedora do Figueirense Futebol Clube sabe de cor a narração do gol do Abimael. Sócia e membro do Conselho Deliberativo do Clube, acompanha, sofre, chora e vibra com o time. A paixão pelo futebol e pelo Furacão do Estreito é de família. Defende a transparência de informações e a gestão profissional do clube antes mesmo do interesse pela pesquisa no campo do futebol, que surgiu recentemente, no início do Mestrado. Pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é Bacharel em Ciências Contábeis, Mestre e Doutoranda em Contabilidade (PPGC/UFSC). Atualmente é pesquisadora do Núcleo de Estudos em Contabilidade e Controladoria (NECC) e Professora Substituta do Departamento de Ciências Contábeis (UFSC). 

Fábio Minatto
fabio_minatto@hotmail.com
Fã do Guga, como todo bom manezinho, tem  o Avaí Futebol Clube como seu time do coração. Faria uma boa dupla de zaga com Betão, não fosse uma cirurgia no joelho esquerdo, mas acompanha frequentemente os jogos na Ressacada como sócio no setor D. Com a impossibilidade de atuar dentro de campo, vê possibilidades de contribuir para o futebol, e esporte de maneira geral, a partir da análise das demonstrações contábeis. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre pelo PPGC UFSC (2020). Bacharel em Ciências Contábeis pela UFSC (2017). Integrante do Núcleo de Estudos em Contabilidade e Controladoria (NECC), coordenado pelo professor Dr. José Alonso Borba.

João Henrique Krauspenhar
joaohkrauspenhar@gmail.com
Mato-grossense de nascimento, catarinense de criação e gaúcho de coração. Gremista, agraciado com a insígnia da imortalidade pela Batalha dos Aflitos. Influenciado pela gestão profissional e responsável do sr. Romildo Bolzam Júnior a frente do Grêmio, se tornou um apreciador das demonstrações contábeis de clubes de futebol. Concilia esse interesse com o Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGC/UFSC) que iniciou em 2019, onde integra o Núcleo de Estudos em Contabilidade e Controladoria (NECC), coordenado pelo professor Dr. José Alonso Borba. Além disso é Graduando em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (início em 2017) e Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (término em 2014).

Apresentação do Blog

O Futnanças nasceu do interesse compartilhado pelos seus autores sobre a análise econômico-financeira de entidades desportivas. Reunidos pelo ambiente acadêmico comum que frequentam no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina, usam desse veículo de comunicação para compartilhar, em uma linguagem mais acessível, assuntos abordados pela academia a respeito do tema.

Para tanto, utilizaremos conceitos básicos de contabilidade, finanças, economia e direito em conexão com a realidade das entidades desportivas, sobretudo, suas demonstrações financeiras. Sugestões de tópicos a serem abordados são bem-vindas e incentivadas.

Comente o que você gostaria de ler a respeito de seu clube do coração ou dúvidas que você tenha a respeito de informações divulgadas por eles.


Soccer field in the countryside. Soccer field with cloudy in the countryside, australia stock photo